sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Estudo põe em dúvida existência de água em Marte

29/02/2008 - 20h29

Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) - Uma pesquisa divulgada na sexta-feira jogou areia na tese, surgida em 2006 a partir de imagens feitas pela Nasa, de que Marte poderia ter tido água em sua superfície nos últimos dez anos.

De acordo com o estudo, novas imagens e simulações computadorizadas indicam fortemente que um deslizamento de areia e cascalho é a explicação mais provável para os depósitos brilhantes em valas, o que até então foi visto como prova de que havia água recentemente nesses lugares.

"Começamos sem pensar que íamos desmascarar algo. Achei absolutamente que seria líquido", disse por telefone Jon Pelletier, professor de Geociências da Universidade do Arizona, responsável pelo estudo publicado na revista Geology.

Usando imagens anteriores da sonda Mars Global Surveyor, da Nasa, junto com outras leituras mais recentes e de maior resolução de dados da Mars Reconnaissance Orbiter, a equipe criou figuras tridimensionais de uma das formações geológicas, mostrando o fluxo morro abaixo, na direção de uma cratera.

Em seus computadores, os cientistas simularam as condições em que isso poderia acontecer. Os fluxos líquidos na verdade não se encaixavam no modelo, enquanto os fluxos de material seco e granulado, como areia e cascalho, se enquadravam quase à perfeição no modelo.

"O que esperávamos era descartar o modelo do fluxo seco -- mas isso não aconteceu", disse Alfred McEwen, professor de Ciências Planetárias da Universidade do Arizona, em nota à imprensa.

Pelletier afirmou que sua pesquisa não pode descartar totalmente a presença de água na vala, que mede cerca de 500 metros de comprimentos e 100 de largura.

Outra possibilidade seria a de um fluxo de lama que contenha cerca de 50-60 por cento de sedimentos, com uma consistência semelhante à de melado ou lava.

A presença de água em Marte é um dos assuntos que mais interessam os astrônomos, já que poderia ser indicação de que há ou houve vida no planeta vizinho.

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