sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Estudo mostra que Marte está saindo de uma era glacial


Revista "Science" aponta que planeta começou transição há 370 mil anos.
Clima marciano pode ajudar em estudos sobre mudança climática.

Da EFE
Imagem de arquivo mostra imagem 3D da Nasa criada mostrando a superfície do planeta (Foto: NASA/JPL/Arizona State University, R. Luk/Handout)Imagem de arquivo mostra imagem 3D da Nasa criada mostrando a superfície do planeta (Foto: NASA/JPL/Arizona State University, R. Luk/Handout)
Marte está saindo de uma era glacial, após atravessar múltiplas fases de mudança climática, segundo medições de radar feitas em suas camadas de gelo polar para um estudo publicado nesta quinta-feira (26) pela revista "Science".
A análise dos dados assinala que o planeta viveu uma era do gelo da qual começou a sair há cerca de 370.000 anos.
Entender o clima marciano ajudará a determinar quando o planeta foi habitável no passado e como mudou esse estado, além de servir para os estudos sobre a mudança climática na Terra.
Os modelos sugeriam que o seco e poeirento planeta vermelho passou por épocas glaciais no passado, mas os dados empíricos para confirmá-lo eram poucos.
No estudo, o pesquisador Isaac Smith, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder (Estados Unidos), e sua equipe usaram um radar para estudar as camadas de gelo dentro das calotas polares de Marte, para o que empregaram o equipamento da sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, lançada em 2005 e destinada a aumentar o conhecimento desse planeta.
Novas imagens do Hubble mostram aproximação de Marte da Terra (Foto: Reprodução/BBC)Novas imagens do Hubble mostram aproximação de Marte da Terra (Foto: Reprodução/BBC)
À medida que o gelo derrete, o vento pode criar canais em forma de espiral e outros traços identificáveis, razão pela qual rastrear essas marcas dentro da camada gelada pode revelar as mudanças no fluxo e no acúmulo do gelo em épocas passadas e, portanto, as mudanças no clima.
Enquanto a camada de gelo no sul é "relativamente pequena e está alterada pelo impacto de meteoritos", os pesquisadores puderam traçar as camadas dentro do gelo no norte.
Dessa forma, descobriram que as camadas e as trajetórias de migração do gelo aumentam, mudam de direção de forma brusca ou estão completamente enterradas.
Estes dados e outros analisados no estudo confirmam, segundo os pesquisadores, o final de um período glacial em Marte.
Postado por: Carlos PAIM

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Projeto da Nasa decifra 'mensagem em código morse' na superfície de Marte

Cientista decifrou 'texto' formado por pontos e linhas em dunas; saiba como a Nasa explica formação da 'missiva' marciana.

Não é a primeira vez que região é observada, mas imagens mostram mais detalhes em alta resolução. (Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)Não é a primeira vez que região é observada, mas imagens mostram mais detalhes em alta resolução. (Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)
"NEE NED... DEIBEDH SIEFI EBEEE"
Não entendeu nada? É que a frase está em marciano, ou algo parecido: é uma parte do código morse formado por pontos e linhas de dunas perto do Polo Norte marciano.
Não é a primeira vez que os cientistas detectam esse padrão nas areias de Marte, mas novas imagens feitas em 6 de fevereiro, mostram com mais clareza e detalhe a topografia única da região.
Com isso, a cientista da Universidade do Arizona Veronica Brayn conseguiu "traduzir" a "mensagem" - mas muitos se decepcionaram porque, se estão tentando falar conosco, os marcianos precisam se esforçar mais: eles não estão usando nenhuma língua falada na Terra.
Na verdade, ainda que tenham causado alvoroço entre algumas pessoas que acreditam em OVNIs e teóricos da conspiração, os pontos e a linhas se formaram de maneira natural, a exemplo do que ocorre com as dunas de desertos aqui na Terra. Eles foram moldados pela direção do vento.
Complexidade eólica
Em um comunicado para a imprensa, a Nasa explicou que o acentuado padrão das dunas se devem ao fato da topografia particular o local: uma depressão circular, provavelmente formada pelo impacto de um asteroide, e que tem uma quantidade limitada de areia para ser arrastada pelo vento.
O resultado são as distintas linhas e pontos captados pela câmera do Experimento Científico de Imagens de Alta Resolução (HiRISE, na sigla em inglês), que está a bordo da nave Mars Reconnaissance Orbiter, que fotografa o Planeta Vermelho desde a última década.
Imagem detalhada dos pontos e linhas perto do polo norte marciano (Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)Imagem detalhada dos pontos e linhas perto do polo norte marciano (Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)
As linhas largas são formadas por ventos bidirecionais, ventos que sopram em ângulos diretos contra a duna.
Com o tempo, o vento que sopra de uma ou outra direção espalha o material como um funil em forma de largas e escuras linhas que podem ser vistas nas imagens detalhadas.
Já os pontos, conhecidos como dunas "barcanoides", são um poucos mais misteriosos.
Os geofísicos acreditam que eles se formam quando a produção de dunas lineares é subitamente interrompida.
Mas os cientistas da Nasa não estão muito seguros do que se trata, e é precisamente por isso que estão fotografando a região.
Mais análises
Com mais observação, os geofísicos esperam poder saber mais sobre como se formam as dunas da superfície de Marte e o que isso pode nos revelar sobre a possibilidade de, um dia, habitarmos o planeta.
A nave Mars Reconnaissance Orbiter fotografa a superfície do planeta durante uma década.  (Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)A nave Mars Reconnaissance Orbiter fotografa a superfície do planeta durante uma década. (Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)
Enquanto isso, a cientista Veronica Bray, que integra o projeto HiRISE, traduziu a mensagem em código Morse e isso é o que dizem as misteriosas areias de Marte:
NEE NED ZB 6TNN DEIBEDH SIEFI EBEEE SSIEI ESEE SEEE !!
Antes de pegar o dicionário interestelar, saiba que a mensagem não é nada mais que um momento de diversão entre geofísicos que levam seus estudos muito a sério.
Mas a séria interpretação científica das areias de Marte poderá ajudar a entender melhor o que poderia ser viver em uma futura base neste planeta

Postado por: Enrique de Mello Albuquerque
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Agência publica mapa inédito de Marte



A agência britânica Ordnance Survey (OS) divulgou um mapa inédito de Marte.
Esta é a primeira vez que a organização especializada em mapeamentos traçou o território de um outro planeta.
Dados abertos da Nasa, a agência espacial americana, serviram de base para o trabalho, que foi publicado na conta da agência no portal Flickr.
O mapa teve uma única cópia impressa, para um cientista britânico que participa do planejamento do envio de um veículo de exploração a Marte em 2019.
Elevações e escalas


"Foi um pouco difícil a princípio interpretar os dados para decifrar as elevações, escalas e assim por diante", disse o cartógrafo Chris Wesson.
"Mas o processo físico de confecção do mapa foi quase idêntico ao de um mapa da Terra ou de qualquer outro já feito pela OS."
Foi mapeada uma área de 10 milhões de km2 - ou cerca de 7% da superfície marciana.
Wesson diz que consegue imaginar um futuro astronauta usando uma cópia do mapa - talvez em uma versão digital - quando estiver explorando Marte.
'Fascinante'


"Há grandes áreas que pareciam ser planas, mas na verdade são bem montanhosas e desniveladas. Essa foi a parte mais difícil do mapa: mostrar isso, mas sem perder sua proporção em relação a essas gigantescas crateras."
A agência produziu o mapa a pedido de Peter Grindrod, da Universidade de Londres. Ele está ajudando a planejar o pouso do veículo European ExoMars, previsto para o início de 2019.
Ele diz ter sempre admirado os mapas da OS por incluírem muita informação sem se tornarem complexos de mais para ler.
"É maravilhoso ver o mesmo estudo aplicado a Marte, especialmente a uma região tão fascinante daquele planeta", afirma Grindrod.