domingo, 19 de fevereiro de 2012


Traços de lago habitável são descobertos em Marte
Cientistas da Universidade do Arizona identificaram uma cratera em Marte com aparentes traços do que pode ter sido um plácido lago habitável. A cratera Holden, com uma base de grandes rochas, aparece rodeada interiormente por anéis formados por camadas de sedimentos que formam as margens do que aparentemente foi um plácido lago, segundo divulgaram hoje pesquisadores do departamento de Ciências Planetárias da Universidade do Arizona.
As rochas breccia já indicam presença de água: são aglomerações de fragmentos menores cimentadas por minerais dissolvidos. "A cratera Holden tem uma das megabreccia melhor expostas de Marte", disse o professor Alfred McEwen, que participou da pesquisa.

A megabreccia e os sedimentos, principalmente de argila, "contêm minerais que se formam na presença de água e marcam ambientes potencialmente habitáveis".

"Este local seria excelente para enviar um veículo robô e trazer de volta uma mostra; representaria um grande avanço na compreensão da dúvida sobre se Marte pode suportar vida", disse Holden.

Segundo os especialistas em Marte, blocos de pedra de até 50 metros de diâmetro se dispersaram quando um meteorito formou a cratera, rochas que mais tarde, aparentemente por causa da água, formaram a megabreccia.

Pelo menos 5% do peso dos sedimentos da parte de cima da megabreccia são formados por argilas, segundo os pesquisadores. "A origem destas argilas é incerta", afirma outro pesquisador, John Grant, do Museu Smithsoniano Nacional do Ar e do Espaço. "Mas se estivéssemos vendo imagens da Terra e buscássemos lugares propícios para serem habitados, buscaríamos locais como esse".

Tudo isso, segundo o estudo da universidade, teria permanecido escondido se não fosse o desmoronamento das paredes da cratera, incapazes de suportar a pressão da água, em um volume calculado em 4 mil km³.

"O volume de água que fluiu durante essa enchente teve que ser espetacular, pois foi capaz de movimentar blocos de pedra do tamanho de um campo de futebol a mais de 70 ou 80 metros de distância", afirma Grant.
EFE

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Agência Espacial Europeia revela novas provas sobre oceano em Marte

06/02/2012 18h07 - Atualizado em 06/02/2012 19h12

Densidade de planícies do hemisfério norte foi medida por satélite.
Radar penetrou até 80 metros na superfície marciana para coletar dados.

Da EFE
A Agência Europeia do Espaço (ESA) informou nesta segunda-feira (6) que seu satélite Mars Express apresentou provas que um oceano cobriu parte da superfície de Marte, algo que já se suspeitava, mas que ainda continua sendo objeto de controvérsia.
O estudo partiu de dados gerados durante mais de dois anos pelo radar Marsis, que alcançou o planeta vermelho em 2005. As informações recolhidas permitiram que os especialistas descobrissem que as planícies do hemisfério Norte estão cobertas por um material de baixa densidade.
Jéremie Mouginot, do Instituto de Astronomia Planetária e Astrofísica de Grenoble (IPAG), assegura que esses compostos parecem ser depósitos sedimentários, o que supõe "uma nova e sólida prova de que em outros tempos houve um oceano nessa área".
Ilustração mostra como seria o hemisfério norte de Marte, ocupado por oceanos no passado. (Foto: C. Carreau / ESA)Ilustração mostra o hemisfério Norte de Marte, ocupado por oceano no passado. (Crédito: C. Carreau / ESA)





























 O fato de que Marte já foi parcialmente coberto por um oceano era uma hipótese já trabalhada pela comunidade científica, mas essa descoberta apresenta melhores indícios para confirmá-la.
A certeza sobre a formação dessa massa de água continua sendo vaga. Acredita-se que pode ter sido originada há 4 bilhões de anos, quando o planeta vermelho apresentava condições meteorológicas mais amenas, ou há 3 bilhões, quando a camada de gelo da superfície se fundiu após um grande impacto.
O chefe da equipe da IPAG, Wlodek Kofman, explica que a Marsis penetrou o subsolo marciano, chegando a  80 metros de profundidade, onde recolheu provas de sedimentos e de gelo.
Por enquanto, os cientistas descartam que esse provável oceano tenha tido tempo suficiente para permitir o desenvolvimento de vida e asseguram que provas da mesma terão que surgir em pesquisas sobre épocas anteriores da história desse planeta.
Os dados anteriores do Mars Express sobre a existência de água em Marte vinham da análise de imagens ou de informações mineralógica e atmosférica, mas não de uma visão tão próxima com as referências obtidas pelo radar.
O satélite vai seguir em atividade para investigar o possível paradeiro desse grande volume de água..