Imagens captadas pela sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter identificaram centenas de rupturas no solo de Marte devido ao fluxo de água subterrânea há bilhões de anos, informa a Nasa, a agência espacial americana. As fendas paralelas se formaram por causa da pressão na superfície rochosa ou granular, afirmou o Laboratório de Propulsão a Jato (JLP, na sigla em inglês).
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As fotografias, divulgadas ontem, permitiram que os cientistas estudassem as passagens perto da cratera Capen, que possui 60 km de extensão e se localiza a sete graus ao norte do equador do planeta vermelho.
Para Chris Okubo, do Instituto Geológico dos Estados Unidos, o fluxo subterrâneo de água ocorre ao longo dessas aberturas, o que auxilia na compreensão do funcionamento dessas passagens. "As estruturas são pontos importantes em uma futura exploração e para as investigações sobre a história geológica da água e dos processos vinculados ao líquido em Marte", avaliou.
Parecidas com estrias, as formações também são encontradas em grandes áreas compostas por pedras de arenito no deserto de Utah, nos EUA. As regiões possuem quilômetros de extensão e estão separadas por apenas alguns metros de solo. Segundo os geólogos, as fendas de Utah são o resultado da compressão no subsolo ou falhas geológicas.
"O estudo nos traz uma visão global não somente da erosão causada pela água na superfície, mas também dos efeitos em todo o planeta", avaliou Suzanne Smrekar, uma das cientistas da missão da sonda espacial. Segundo ela, o movimento da água tem implicações importantes em modificações na temperatura e na composição química da superfície do planeta. "Isso tudo tem a ver com a possibilidade de já ter existido algum tipo de vida em Marte", concluiu.
EFE
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3212669-EI301,00.html